O peixe nosso de cada dia

Todos os pescadores conhecem a natureza, entendem o mar, sabem olhar para a lua e ver a maré que vem, sabem quando fará bom ou mau tempo, trazem alimento para a família e ainda garantem o sustento da casa com o que conseguem vender de peixe. É também o caso dos pescadores do porto de pescas da cidade de Lagoa, também conhecido por Porto dos Carneiros.

“Um pescador não pode temer o mar”, diz o conhecido mestre Peixoto, pescador local com 58 anos, que desde muito jovem enfrenta os perigos do mar.

1A partida está marcada para as 9h, hora em que o barco do mestre Peixoto, deixa o porto dos Carneiros, sem saber aquilo que o mar lhe reserva.

2No dia antes já tinham todo o material pronto. A primeira tarefa foi preparar a isca, cortando as Cavalas salgadas em vários pedaços.

3Em seguida, usaram os pedaços do peixe para montar as caixas de isca, que na ilha de São Miguel são chamadas de “gamelas”.

4Depois de montadas as “gamelas”, limparam o barco, carregaram todo o material, fizeram e testaram todos os equipamentos, esperançados que o mar os presenteasse com uma boa pesca.

5Ao mestre compete-lhe a principal missão de guiar os seus homens no mar. O mar estava calmo. Por isso, sabiam a hora da partida, pois “quando o mar está agitado nunca se sabe a hora de partida e muito menos a de chegada”, diz o mestre Peixoto.

8Enquanto as mulheres e os filhos aguardam ansiosos o regresso dos pescadores, as gaivotas já começam a cercar o barco. São 18:30h, depois de 9 horas e 30 minutos no mar, o barco atraca. É a total euforia.

9Os tripulantes começam por descarregar o peixe, para que possa seguir para a lota, onde vai ser avaliado. “Bom é ir para o mar, pescar bom peixe, chegar a terra e poder vender o pescado para ganhar uns trocos”, diz Paulo Antero, pescador há 45 anos.

10Depois de já terem limpado e desinfetado o barco, o dia destes bravos homens chegou ao fim. Entre alegrias e tristezas, ser pescador é acima de tudo uma profissão onde o perigo espreita a cada instante.

Imagens e texto de Sara Martins

A menina Castro

É natural da ilha Terceira e nasceu no dia 3 de Dezembro de 1993, Isabel Melo Castro tem 21 anos e estuda Comunicação Social e Cultura na ilha de S.Miguel, em Ponta Delgada.

Numa conversa informal, conta que é a única menina da família Castro e segreda-nos: “fui crescendo, sempre mimada, no bom sentido, e tornei-me numa menina muito querida por todos, pois era uma menina muito alegre”. Conta também que o seu nome é igual ao da sua avó materna e que os seus avós paternos tinham muito orgulho em ter uma neta mas que não a chegaram a conhecer, pois morreram no mesmo ano em que ela nasceu.

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            Isabel na Universidade dos Açores

Isabel, sempre com um sorriso na cara, conta-nos todo o seu progresso escolar, que, até ao 6º ano, concluiu com muito sucesso. No decorrer do ensino secundário, a menina Castro descobriu que cometeu um erro ao entrar no curso de ciências e tecnologias: “não gostei desta área”, explica. Decidiu mudar o seu percurso e tirar um de informática numa escola profissional, concluindo-o com o título de “ 3ª melhor média da turma”.

No entanto, este curso não era o suficiente para que Isabel conseguisse ingressar no ensino superior, fazendo com que a jovem fizesse o estágio T e conseguisse pagar explicações para a ajudar nos estudos da disciplina de português. Isto permitiu que Isabel voltasse à secundária para concluir a disciplina que lhe faltava nos exames nacionais. No entanto devido a algumas crises nervosas apenas conseguiu terminá-la nos exames de segunda fase.

No fim de toda esta atribulação, chegou a hora de Isabel escolher o curso em que se queria licenciar. Por falta de vagas, não conseguiu entrar na sua primeira opção, que era serviço social, escolhendo, de seguida, o curso onde, hoje, já se encontra no terceiro ano de licenciatura, Comunicação Social e Cultura: “a vida de um locutor de rádio sempre me fascinou”, justifica. No entanto, a universidade da ilha Terceira apenas se dedica à área das ciências, o que fez com que Isabel não pudesse continuar os seus estudos na sua terra natal. Teve que se candidatar para a Universidade dos Açores mas no pólo da ilha de S.Miguel.

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A menina Castro afirma que o “Livro de estilo do PÚBLICO” é um dos que a mais ajudou a fazer jornalismo.

E, deixando a família e todos os seus amigos, partiu para uma ilha vizinha que desconhecia. Conta-nos que a sua adaptação não foi muito complicada, explicando: “sempre fui uma rapariga desenrascada e ter entrado nos escuteiros aos 13 anos de idade também me ajudou nesse sentido”. As suas quatro colegas de casa também a fizeram se sentir bem na ilha que começava a conhecer.

Começam as aulas e, infelizmente, devido a alguns problemas, a jovem não concluiu o primeiro ano com muito sucesso, melhorando esta estatística no segundo e no terceiro, pois conheceu o que define como  o seu “porto seguro”, o seu namorado. Sobre ele, Isabel diz: “ajuda-me sempre que preciso de algo em S.Miguel e está sempre pronto a ajudar-me e a ultrapassar as saudades da minha terra natal”.

Isabel Melo Castro, única menina da família, estudante de comunicação social e cultura, alegre e espontânea, deseja continuar nesta ilha que a “acolheu muito bem” e “arranjar emprego na área da radio”.

 

Perfil de Carina Menezes

 

 

“[…] sou feita de saudade”

Clésia Meneses, jovem açoriana de 21 anos, é natural da ilha Terceira, nos Açores. Atualmente está a viver na cidade de Ponta Delgada, onde estuda no 3º ano do curso de Comunicação Social e Cultura, na Universidade dos Açores.

Numa conversa bastante animada esta, com alguma nostalgia, começa logo por dizer que sente saudades tanto da sua família como da sua ilha, embora adore o seu curso e a cidade que a recebeu e que a sente como “segunda casa”, uma vez que sempre a acolheu bem.

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A vida de Clésia é marcada pelas viagens constantes. Nas férias da Páscoa foi a Lisboa.

Afirma que a ideia de sair de casa e ter a sua independência sempre lhe agradou como, habitualmente, agrada a qualquer jovem da sua idade. Porém, assume que, afinal, não foi assim tão simples. Clésia revela que a sua integração, no início, não foi nada fácil.

Refere que foi complicado mudar-se para um meio de onde não era oriunda e onde não conhecia ninguém, viver numa casa nova sem as suas coisas e longe da sua família e amigos.

“A antiga e maravilhosa ideia de viver sozinha ficou desfeita pela saudade”. A necessidade decorrente da idade, a procura do desconhecido, foi o que fez a Clésia, tal como tantos outros jovens, querer sair da sua ilha.

Confessa que “ao estudar noutra ilha, a solidão torna-se mais visível”, ou seja, sente-a com mais intensidade. Enquanto, ao fim de cada dia, todos os colegas regressam às suas casas e para as suas famílias, visto que estudam na ilha de onde são, Clésia regressa para uma casa onde não encontra a sua família.

Admite que atingir a realização profissional é um dos seus principais objetivos, mesmo que isso implique sair da sua ilha e ‘’cortar ligações com conhecidos”. Sabe que para se sentir realizada profissionalmente terá mesmo que se “mudar para Portugal Continental”.

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Clésia diz que suporta a saudade porque vai ”mantendo o contacto através do Skype”.

Acrescentou ainda que a sua vida é, na totalidade, marcada pelas viagens: “São Miguel, local onde estudo; Terceira, de onde sou natural; Lisboa, onde estuda o meu namorado e Coimbra, onde ele vive”. Quando os estudos não lhe permitem viajar, todos os dias usa o Skype, que segundo a mesma é o melhor lugar para “ver e falar com todos os que estão longe”.

Acredita que “a solidão que sentimos agora, no futuro desaparecerá”, porque tudo passa na vida, e esta é mais uma fase como tantas outras que já passaram e que se passarão ainda.

Clésia acabou a nossa conversa, dizendo: “como já ouvi por aí, sou feita de saudade. Acho que todos um dia a sentimos”.

 

Texto e fotografia de Ana Oliveira.

Louvre Michaelense, a mercearia que desafia o tempo

Já lá vai o tempo em que nas estantes e prateleiras deste Louvre se viam à venda chapéus, panos, entre outros produtos vindos de Paris. Esta loja centenária, em Ponta Delgada, fechou durante uns largos anos e, como o tempo pode ser malévolo, foi-se degradando com o passar do mesmo. Contudo, Catarina Ferreira apostou, arriscou e, em 2015, deu nova vitalidade a este espaço que estava entregue ao silêncio, ao pó e ao vazio. Um ano depois, não está arrependida.

Foi na mercearia da sua «avó Catita» que se gerou em Catarina Ferreira, «aquele desejo de ter um sítio onde pudesse ter todas as coisas” que mais gosta e que sente “que fazem falta na ilha”. É num tom de nostalgia que a empresária, e também professora, nos relata onde foi buscar a inspiração para reabrir este espaço.

Após uma profunda restauração da loja «porque estava muito degradada», Catarina e a sua «coesa» equipa, tentaram restaurar o Louvre tornando «as coisas mais fidedignas ao que era em 1904», tentando usar sempre métodos antigos.

Esta noção de mercearia que se desenvolveu está a surtir os resultados que a professora ambicionava, o que para esta «é muito importante», revelou, otimista.

A vida atrás do balcão

É um «espaço amigo do cliente», na medida em que as pessoas entram na loja e circulam livremente para lá do balcão incluindo a cozinha, porque «isto é também um museu e tem que ser visto!», afirma Catarina, acrescentando: «É gira esta aproximação».

Os dias no Louvre Michaelense «nunca são iguais», explica Cristina Cunha, uma das funcionárias desta agradável mercearia. «De manhã é mais calmo do que à tarde mas depende dos dias, por exemplo, aos sábados temos sempre muita gente».

Torna-se curiosa a variedade de pessoas que frequentam este estabelecimento. Por um lado, os idosos que «todos os dias vêm reviver um bocadinho da memória», alguns estudantes «especialmente de artes», sussurrou Cristina, «que vão lanchar depois das aulas» e o turismo que «nos procura pelo ambiente».

É notável a organização, a boa disposição e a fantástica energia de quem trabalha aqui e que é transmitida a quem passa para tomar um simples café, chá ou até mesmo lanchar.

 

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Catarina Ferreira afirma tentar tornas as coisas no Louvre mais ou menos dentro do espírito da época em que a loja abriu, mas com alguma inovação.
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Aqui no Louvre o movimento não pára e os cheiros das especiarias e dos chás são sempre prazerosos.
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São precisamente 17h33 e o movimento na loja aumentou consideravelmente, está na hora do lanche.
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Chegam muitos turistas ao Louvre que confessam que o que os trouxe aqui “foi o ambiente, o tipo de música e o tradicional português” que não estão habituados a ver no seu país.
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Nesta mercearia, há chás, cereais e granel, especiarias, conservas, queijos, bolos, pão, vinho onde o cliente pode escolher à vontade.
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“Gosto que as pessoas se sintam em casa, porque também sou muito familiar”, desvenda Catarina satisfeita pelo seu projeto.
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Chegam mais turistas curiosos sobre o que haveria na mercearia, na qual foram recebidos pelo funcionário Miguel que, sempre sorridente, lhes perguntou “querem algum sumo?”. A resposta foi igualmente agradável: “sim claro!”.
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O dia no Louvre Michaelense continua pela tarde a dentro até à sua hora de fecho que é às 20 horas. Nas sextas e sábados à noite “é diferente, há mais turistas que passam para beber um copo de vinho” explica Catarina, e fecha às 23 horas.

 

Fotorreportagem de Cristiana Sousa

 

Fotógrafo James Nachtwey ganha Prémio Princesa das Astúrias da Comunicação

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Fotojornalista especializou-se na cobertura de guerras e conflitos | Fonte: dn.pt

O fotojornalista norte-americano James Nachtwey foi presenteado, nesta quinta-feira, com o prestigiado prémio espanhol Princesa de Astúrias de Comunicação e Humanidades 2016.

James Nachtwey, o primeiro fotojornalista a vencer este galardão, testemunhou algumas das guerras e tragédias mais escabrosas do mundo na história recente.

Víctor García de la Concha, diretor do júri, apresentou-o como um dos melhores fotojornalistas e fotógrafos de guerra das últimas décadas.

Nachtwey deu a sua vida a esta profissão e não há conflito importante que não tenha coberto”, disse Emilio Morenatti, diretor de fotografia da Associated Press.

O fotojornalista já venceu duas vezes o World Press Photo (em 1992 e 1994) e ganhou cinco medalhas de ouro Robert Capa (nos anos 1991, 1993, 1998, 2001 e 2008).

O fotógrafo de 68 anos, nascido em Nova York, começou a trabalhar como fotógrafo num jornal do estado do Novo México em 1976 e, em 1980, mudou-se para Nova York para iniciar a sua carreira como fotógrafo de revista independente. A sua primeira tarefa internacional foi cobrir o conflito na Irlanda do Norte, em 1981.

Nachtwey trabalha na revista Time Magazine desde 1984 e foi membro da agência de fotografia Magnum entre 1986 e 2001. Cobriu guerras e conflitos na América Central, Oriente Médio e África.

O fotojornalista escreveu na página principal do seu site, a seguinte frase: “I have been a witness, and these pictures are my testimony. The events I have recorded should not be forgotten and must not be repeated”.

O perfil biográfico da página indica que as imagens da Guerra do Vietname e o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos tiveram um grande efeito nele, e foram fundamentais na sua decisão de se tornar um fotógrafo.

O prémio é composto por 50 mil euros e uma reprodução de uma escultura de Joan Miró. Será entregue em outubro, numa cerimónia que terá lugar no Teatro Campoamor de Oviedo. Este é um dos sete prémios concedidos pela Fundação Princesa das Astúrias.

Sara Martins 

Fontes: www.dn.ptjamesnachtwey.com; wikipedia

Nota: O Jornalismo ACores é um laboratório de aprendizagem dos estudantes do 3º ano de Comunicação Social e Cultura da Universidade dos Açores. É provável que nos posts publicados autonomamente pelos estudantes haja incorreções, que serão revistas posteriormente, sob a orientação da docente. Agradecemos a compreensão dos nossos leitores.

Exposição World Press Photo chega a Lisboa

A World Press Photo chega no dia 28 de abril para uma exposição que revela as imagens premiadas no concurso internacional de fotojornalismo, no Museu da Electricidade, em Lisboa.

Na exposição de fotojornalismo será possível ver as fotografias vencedoras da 59º edição do concurso internacional, incluindo as fotografias do australiano Warren Richardson que arrecadou o primeiro prémio com a reportagem dos refugiados na fronteira entre a Sérvia e a Hungria.

O fotógrafo português Mário Cruz, fotojornalista da agência Lusa, também marca presença na edição deste ano, sendo o vencedor na categoria “Temas Contemporâneos” com a reportagem sobre a escravatura infantil no Senegal e na Guiné-Bissau.

Grande parte das fotografias captam o drama vivido das crianças e das famílias que lutam pela sobrevivência, em condições lamentáveis.

Até ao dia 22 de maio, no Museu da Electricidade, é possível observar dezenas de imagens.

Clésia Meneses

Fonte: Público

Fotografia: World Press Photo 

Video: Youtube 

Nota: O Jornalismo ACores é um laboratório de aprendizagem dos estudantes do 3º ano de Comunicação Social e Cultura da Universidade dos Açores. É provável que nos posts publicados autonomamente pelos estudantes haja incorreções, que serão revistas posteriormente, sob a orientação da docente. Agradecemos a compreensão dos nossos leitores.

Rui Soares: “Somos 4 fotojornalistas que andamos todos os dias e o dia inteiro a fotografar.”

Um Estranho por Dia é um trabalho conjunto feito por 4 fotojornalistas portugueses, que por dia dão a conhecer pessoas com uma história de vida única.

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Um Estranho por Dia, são retratos e histórias por: Miguel A. Lopes, Rui Soares, Rui Miguel Pedrosa e João Porfírio.                                                                                                                  Foto DR

Cristiana Sousa (CS): Antes de abordar o projeto “Estranho por dia”, quem são vocês?

Rui Soares (RS): Nós somos os Ruis, o Miguel e o João. Somos 4 fotojornalistas e que andamos todos os dias e o dia inteiro a fotografar.

CS: Por quem ou em que circunstâncias nasceu este projeto?

RS: Tudo começou quando o Miguel fez um post numa rede social a dizer que ia começar a fazer este tipo de projeto. Eu achei uma ideia muito boa e o Rui Pedrosa também. Juntá-mo-nos ao Miguel e por fim convidamos o João.

CS: Consegue explicar ou descrever de que forma encontram as pessoas e as abordam?

RS: Eu acho que falo pelos 4 quando digo que isto acontece de uma forma muito natural. Não há assim uma estratégia ou técnica, são pessoas que nós abordamos na rua de uma foram muito random, no nosso dia a dia.

CS: Qual foi a história mais “estranha” com que já se depararam?

RS: Estranha não, mas constrangedoras já tivemos algumas não consigo apontar uma pois são várias.

CS: Os estranhos que participaram no vosso projeto deixaram de ser estranhos?

RS: Sim.

Claro que sim, já sabemos o seu nome, estivemos à conversa com eles, por isso, para nós já são pessoas que conhecemos.

CS: Já mantiveram algum contacto com algum deles?

RS: Sim, por vezes vamos nos encontrando nas ruas e falamos sempre um pouco, nem que seja para nos dizer que gostou muito de se ver e que algo melhorou na sua vida, etc.   Enfim, conversamos sempre um pouco.

CS: Para terminar, gostava de saber a sua opinião sobre o rumo do fotojornalismo no país e no mundo.

RS: Acho que estamos a passar por um momento único na vida do fotojornalismo e, ao mesmo tempo, triste na era dos jornais de papel que eram o suporte do fotojornalismo como o conhecemos.

O fotojornalismo está cada vez mais vivo por causa da instantaneidade do mundo. O que não quer dizer que a qualidade tenha melhorado, mas pelo facto da quantidade de informação fotográfica ser muito maior, há uma responsabilidade maior, a meu ver, por parte dos fotojornalistas. Eles devem ter um cuidado redobrado na forma como observam e partilham o seu ponto de vista.

Com a rapidez com que as coisas acontecem hoje em dia, uma má informação pode espalhar-se num ápice. E quanto aos jornais, infelizmente, sai mais barato e mais fácil fazer jornais em formato online para se ter acesso nos gadgets do que imprimi-los.

Mas de uma coisa tenho a certeza, é uma época única para quem trabalha na área do jornalismo.

Cristiana Sousa

João Cajuda considerado um dos bloggers mais influentes do mundo

O ator português, foi eleito no mês de março, o 15º blogger de viagens mais influente do mundo pela plataforma de dados RISE.

O resultado obtido pelo jovem português, é de grande relevância nacional, pois foram eleitos 1000 bloggers de viagens para figurar a prestigiada lista, sendo que ele é o único português a constatar da lista. Tendo alcançado o top 20, faz com que João seja considerado um dos bloggers mais influentes do mundo. . Esta influência é visível, quando as pessoas lhe pedem conselhos sobre viagens, baseando-se no que escreve no seu blog.


João Cajuda  iniciou a sua carreira como modelo e ator, participando em novelas e séries como Morangos com Açúcar. Contudo, desde pequeno que mostra interesse por viagens e pela aprendizagem que se pode retirar das mesmas. Assim, decidiu criar o seu blogue, onde aconselha os leitores sobre os sítios que visita, em relação a preços, acomodação, atividades e alimentação/restauração.

O ator, hoje com 32 anos , partilha a sua experiência na passagem por vários países e cidades como Bali, Praga, Marrocos entre outros. Esta é a sua profissão, já que grande parte dos vídeos produzidos por si, são mais tarde usados por hotéis e companhias de turismo, como forma de promoção do local. Com o crescimento do blogue, conseguiu a ajuda de algumas empresas, que patrocinam as suas viagens, nomeadamente a Emirates, Rimowa , CheckIn .

Para além de aconselhar os seus leitores, o blogger também concede visitas guiadas a quem queira visitar Marrocos. Há quem considere que este é o novo guia turístico, caraterístico de uma sociedade que vive na era digital.

O blogue é uma das novas formas adaptadas de se fazer jornalismo. Menos dispendioso que uma revista ou jornal, pode funcionar da mesma forma, quanto à partilha de conteúdos. Para além de ser mais interativo e prático.

VIAGEM A MARROCOS

 

Texto por : Sónia Freitas

Imagens: joaocajuda.com

Fonte:

joaocajuda.com

dn.com

Canal de Youtube de João Cajuda

 

 

Açoriano Rui Caria vence a Câmara de Prata na Expofoto

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Entrega dos prémios da esquerda para a direita: Rui Caria, Jos Verhoogen e Jorge Bacelar. Foto FEP ©

A Federação de Fotógrafos Europeus (FEP) identificou, no passado dia 13 de março em Santa Maria da Feira, os melhores fotógrafos europeus durante a Expofoto.

Esta competição, que conta com a colaboração da FEP e com o comité da World Photographic Cup (WCP), organizou a cerimónia para atribuição de prémios que distingue os melhores trabalhos europeus em 10 categorias.

Foi na secção do Fotojornalismo que se destacaram os portugueses Rui Caria, à qual foi premiado com a Câmara de Prata com três fotografias suas sobre temas diferenciados (incêndios florestais, jogos de luz entre a chuva e as ondas de Nazaré), e Jorge Bacelar que recebeu a Câmara de Bronze pela sua fotoreportagem sobre a vida rural.

António Barrela, um fotógrafo italiano, foi honrado e reconhecido com o título de Fotógrafo Profissional Europeu do Ano através da entrega da Câmara de Ouro, para as categorias de fotografia comercial e moda, graças aos trabalhos que realizou para a marca de joalharia Bulgari e para a Dolce&Gabbana.

Cristiana Sousa

Fonte : portocanal

Fotojornalista Pedro Monteiro em conversa com estudantes na Universidade dos Açores

Pedro Monteiro, Fotojornalista do Correio dos Açores
Fotojornalista do Correio dos Açores, Pedro Monteiro, expõe as dificuldades da profissão ao 3º ano de Comunicação Social e Cultura da Universidade dos Açores. Fotografia: Sónia Freitas.

Pedro Monteiro, fotojornalista há mais de 20 anos no Correio dos Açores, e com imagens já publicadas na National Geographic, visitou no passado dia 29 de fevereiro o Departamento de Línguas e Literaturas Modernas da Universidade dos Açores para uma conversa com os estudantes do 3º ano da Licenciatura de Comunicação Social e Cultura.

Com um sentido de humor constante, o fotojornalista avisou logo no início da sessão que no jornalismo “nem tudo é um mar de rosas” e contou diversas aventuras e episódios caricatos em que se envolveu ao longo da sua carreira. Para obter exclusivos como os da garagem do Farfalha, o cenário de um conhecido caso de pedofilia, foi vítima de insultos pessoais, de arremessos de materiais e até mesmo de ações de prisão.

Pedro Monteiro, que já publicou em vários meios de comunicação nacionais e internacionais, partilhou ainda com os estudantes de Oficina de Jornalismo II a grande realização obtida com a publicação das suas fotografias do priolo, a ave mais rara da Europa, na revista National Geographic, em 2007. O fotojornalista que, nos últimos anos, conforme conta, se habituou a olhar longamente para o céu, explicou que, para que as fotografias do priolo fossem conseguidas, foram necessárias muitas horas de paciente observação junto a uma planta endémica.

Pedro Monteiro frisou que a perseverança é uma caraterística necessária na profissão de jornalista, cuja precariedade é atualmente crescente. Na perspetiva do repórter, que tem centenas de contactos telefónicos mas que ainda prefere não aderir às redes sociais como o Facebook, o jornalismo de hoje continua a precisar de repórteres que vão para o terreno e que não se limitem a fazer o seu trabalho sentados.

(Post redigido em conjunto pela docente e pelos estudantes da turma de Oficina de Jornalismo II)