Exposição World Press Photo chega a Lisboa

A World Press Photo chega no dia 28 de abril para uma exposição que revela as imagens premiadas no concurso internacional de fotojornalismo, no Museu da Electricidade, em Lisboa.

Na exposição de fotojornalismo será possível ver as fotografias vencedoras da 59º edição do concurso internacional, incluindo as fotografias do australiano Warren Richardson que arrecadou o primeiro prémio com a reportagem dos refugiados na fronteira entre a Sérvia e a Hungria.

O fotógrafo português Mário Cruz, fotojornalista da agência Lusa, também marca presença na edição deste ano, sendo o vencedor na categoria “Temas Contemporâneos” com a reportagem sobre a escravatura infantil no Senegal e na Guiné-Bissau.

Grande parte das fotografias captam o drama vivido das crianças e das famílias que lutam pela sobrevivência, em condições lamentáveis.

Até ao dia 22 de maio, no Museu da Electricidade, é possível observar dezenas de imagens.

Clésia Meneses

Fonte: Público

Fotografia: World Press Photo 

Video: Youtube 

Nota: O Jornalismo ACores é um laboratório de aprendizagem dos estudantes do 3º ano de Comunicação Social e Cultura da Universidade dos Açores. É provável que nos posts publicados autonomamente pelos estudantes haja incorreções, que serão revistas posteriormente, sob a orientação da docente. Agradecemos a compreensão dos nossos leitores.

Grupo de refugiados desenvolvem rádio que ganha sinal FM nas cidades alemãs

Refugee Radio Network
Emissora de Rádio criada por refugiados.

A Refugee Radio Network (RRN), nascida no final do ano 2014 em Hamburgo, é uma emissora de rádio criada por e direcionada a refugiados.

Anteriormente a sua programação, para além de ser feita em inglês, era adquirida através dos meios que lhes eram mais próximos como gravações de telemóveis. Estas, por sua vez, depois eram disponibilizadas nas redes sociais, Skype e Youtube para a divulgação de conteúdos.

O principal objetivo desta rádio é dar voz às vidas e às histórias das pessoas, que todos os dias cruzam as fronteiras em busca de melhores condições de vida, que fogem com medo da guerra e que querem proteger os seus entes queridos.

Para ampliar e atingir mais ouvintes, os seus criadores contam com o apoio de outros grupos de refugiados e organizam eventos e palestras em diversas universidades.

A RRN cresceu e hoje em dia é ouvida nas cidades de Hamburgo, Berlim, Marburg e Stuttgart. Esta rádio é escutada por cerca de 40 mil pessoas.

Acompanhe o trailer e descubra mais sobre esta rádio:

Cristiana Sousa

Fontes: noticias.uol.com  |  refugeeradionetwork.net

Rui Soares: “Somos 4 fotojornalistas que andamos todos os dias e o dia inteiro a fotografar.”

Um Estranho por Dia é um trabalho conjunto feito por 4 fotojornalistas portugueses, que por dia dão a conhecer pessoas com uma história de vida única.

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Um Estranho por Dia, são retratos e histórias por: Miguel A. Lopes, Rui Soares, Rui Miguel Pedrosa e João Porfírio.                                                                                                                  Foto DR

Cristiana Sousa (CS): Antes de abordar o projeto “Estranho por dia”, quem são vocês?

Rui Soares (RS): Nós somos os Ruis, o Miguel e o João. Somos 4 fotojornalistas e que andamos todos os dias e o dia inteiro a fotografar.

CS: Por quem ou em que circunstâncias nasceu este projeto?

RS: Tudo começou quando o Miguel fez um post numa rede social a dizer que ia começar a fazer este tipo de projeto. Eu achei uma ideia muito boa e o Rui Pedrosa também. Juntá-mo-nos ao Miguel e por fim convidamos o João.

CS: Consegue explicar ou descrever de que forma encontram as pessoas e as abordam?

RS: Eu acho que falo pelos 4 quando digo que isto acontece de uma forma muito natural. Não há assim uma estratégia ou técnica, são pessoas que nós abordamos na rua de uma foram muito random, no nosso dia a dia.

CS: Qual foi a história mais “estranha” com que já se depararam?

RS: Estranha não, mas constrangedoras já tivemos algumas não consigo apontar uma pois são várias.

CS: Os estranhos que participaram no vosso projeto deixaram de ser estranhos?

RS: Sim.

Claro que sim, já sabemos o seu nome, estivemos à conversa com eles, por isso, para nós já são pessoas que conhecemos.

CS: Já mantiveram algum contacto com algum deles?

RS: Sim, por vezes vamos nos encontrando nas ruas e falamos sempre um pouco, nem que seja para nos dizer que gostou muito de se ver e que algo melhorou na sua vida, etc.   Enfim, conversamos sempre um pouco.

CS: Para terminar, gostava de saber a sua opinião sobre o rumo do fotojornalismo no país e no mundo.

RS: Acho que estamos a passar por um momento único na vida do fotojornalismo e, ao mesmo tempo, triste na era dos jornais de papel que eram o suporte do fotojornalismo como o conhecemos.

O fotojornalismo está cada vez mais vivo por causa da instantaneidade do mundo. O que não quer dizer que a qualidade tenha melhorado, mas pelo facto da quantidade de informação fotográfica ser muito maior, há uma responsabilidade maior, a meu ver, por parte dos fotojornalistas. Eles devem ter um cuidado redobrado na forma como observam e partilham o seu ponto de vista.

Com a rapidez com que as coisas acontecem hoje em dia, uma má informação pode espalhar-se num ápice. E quanto aos jornais, infelizmente, sai mais barato e mais fácil fazer jornais em formato online para se ter acesso nos gadgets do que imprimi-los.

Mas de uma coisa tenho a certeza, é uma época única para quem trabalha na área do jornalismo.

Cristiana Sousa

Após sucesso de Netflix e Spotify, Blendle chega aos EUA

Foi anunciado, no passado dia 23 de Março que a plataforma holandesa Blendle chegaria aos Estados Unidos da América, de forma a rentabilizar os conteúdos publicados online por meios de comunicação.

A plataforma Blendle, que ainda está numa versão Beta, permite que os utilizadores paguem uma compensação monetária, para terem acesso a um determinado artigo. Os valores podem chegar aos 49 cêntimos em revistas e 39 cêntimos em notícias generalizadas.

Segundo o co-criador da plataforma, Alexander Klopping, a ideia surgiu após se terem apercebido que existiam outras plataformas como o Netflix  e o Spotify que cobravam quantias mínimas, para os utilizadores terem acesso ao conteúdo. Após uma análise por parte dos fundadores, ponderaram se o mesmo não poderia acontecer com o jornalismo digital. Findada a ponderação, decidiram criar o Blendle.

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Apesar de não ter conteúdo de orgãos de comunicação portugueses, os leitores têm acesso a uma panóplia de conteúdos de jornais internacionais. PH/ Blendle.com

 

Na plataforma, os utilizadores pagam por noticia/informação, não sendo obrigados a comprar o jornal por inteiro para terem acesso à noticia que querem ler. No site da Blendle, surgem notícias de vários veículos como o New York TimesThe Washington Post, The Wall Street Journal, Time entre outros. A plataforma permite que o leitor, leia um artigo sem publicidade.

Desta forma, e tal como acontece com o Spotify e o Netflix, a Blendle consegue analisar os hábitos de consumo dos utilizadores. Esta nova forma de aceder a conteúdos jornalísticos online, torna-se numa solução para as várias empresas de comunicação e jornais, já que com o surgimento do digital, os lucros dos mesmos baixaram. Com o Blendle, vão poder co-financiar os seus sites e conteúdos online, sem o recurso à publicidade.

As receitas provenientes da utilização do site, são distribuídas pelo Blendle e pelos órgãos de comunicação, que decidem o valor a cobrar por noticia.

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Uma das caraterísticas pertinentes do site, é que o leitor pode ter o retorno do dinheiro investido caso não tenha gostado do artigo, ou tenha clicado acidentalmente no mesmo. PH/ Blendle.com

 

 

Texto por: Sónia Freitas

FONTE: Latin American Herald Tribune / San Diego Red.com

Imagem de destaqueblendle.com

LEIA MAIS SOBRE A APLICAÇÃO EM (inglês):

Quartz

Digital Trends

Jornalismo Imersivo, como forma de (re)viver notícias

Em dezembro de 2014 realizou-se o IV Congresso Internacional de Ciberjornalismo, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), onde um dos temas apresentados foi o Jornalismo Imersivo pela professora Eva Dominguez.
A realidade virtual está a entrar e a ser aplicada ao jornalismo, na medida em que atribui ao espetador a oportunidade de ser observador dos factos.

No Jornalismo Imersivo, as imagens digitais e as personagens são criadas a partir de planos considerados reais: o som é gravado no local do acontecimento e o espetador tem a possibilidade de se mover entre os cenários que foram recriados.

Este tipo de jornalismo é considerado um avanço dentro da reportagem, na medida em que o leitor constitui e sente-se testemunha dos acontecimentos que compõem a notícia, através de uma tecnologia de realidade virtual e fotos a 360 graus.

Segundo Eva Dominguez, professora na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, e especialista em Jornalismo Imersivo, é errado pensar que «o ciberjornalismo é apenas a evolução da imprensa». Acredita que “a Internet é uma plataforma que permite levar além de todos os meios de comunicação jornalística”. “O Jornalismo Imersivo é mais do que simples interatividade. Tem como objetivo fazer as pessoas sentirem-se parte do acontecimento, vivenciarem-no sem serem meros observadores”.

A especialista encara ainda esta nova forma de fazer jornalismo um modo de alcançar audiências que anteriormente não se interessavam por determinadas temáticas.

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Eva Dominguez no IV Congresso Internacional de Ciberjornalismo.

O Jornalismo Imersivo poderá ser visto como uma forma de despertar consciências, visto que implica que o espetador deixe apenas de acompanhar e ouvir os relatos, para passar a fazer parte do acontecimento envolvendo-o emocionalmente. É um tipo de jornalismo que pode levar os cidadãos a pensar em mudanças que ajudem a melhorar o mundo.

Um dos mais célebres trabalhos o “Project Syria”, da realizadora e jornalista norte-americana Nonny de la Peña, tem como base dois cenários diferentes sobre o conflito na Síria. O primeiro mostra o ataque de um rocket que atinge um edifício e, o segundo cenário, tem lugar num campo de refugiados que nos mostra as condições de vida da população aí residente.

É um exemplo daquilo que poderá ser o jornalismo do futuro.

Cristiana Sousa

Fontes: jpn

jornalissimo.com